Por Carlos Santos - Final de procissão da padroeira de Mossoró é marcado por vaias diluvianas e outros constrangimentos
O encerramento da Festa de Santa Luzia hoje à noite, em Mossoró, após longo percurso de sua procissão, foi uma negação à própria liturgia religiosa. Teve momentos constrangedores e bizarros.
O prefeito Francisco José Júnior (PSD) apropriou-se do adro da Catedral de Santa Luzia, com o beneplácito da Igreja local, para fazer apologia à sua própria imagem, comparando-se com a padroeira e a Jesus Cristo, nos papeis de injustiçado e vítima.
Prefeito leu discurso com texto já descrevendo vaias e entregou projeto criticado por bispo (Foto: redes sociais)
A oratória do prefeito provocou uma quase intermitente onda de vaias na multidão que se postava no entorno da Catedral. Desde que foi anunciado como orador, vaias diluvianas ecoaram por milhares de vozes.
Ele sabia o que iria encontrar. Em seu discurso escrito já havia previamente referência às vaias. Mas é preciso se reconhecer: não se intimidou e insistiu até o final em transformar a um evento religioso numa oportunidade de promover comício fora de época e de lugar.
Até tratou a padroeira com certa intimidade, a quem se referia como “Luzia” e, afirmou, ser um mártir a exemplo da santa de Siracusa, que “também foi perseguida”.
Ele e Cristo
Sobre Jesus Cristo, a mesma analogia, no rol de perseguidos. Ele e Cristo, aquele mesmo da Galileia, o filho de Deus. E haja vaia.
O encerramento da Festa de Santa Luzia hoje à noite, em Mossoró, após longo percurso de sua procissão, foi uma negação à própria liturgia religiosa. Teve momentos constrangedores e bizarros.
O prefeito Francisco José Júnior (PSD) apropriou-se do adro da Catedral de Santa Luzia, com o beneplácito da Igreja local, para fazer apologia à sua própria imagem, comparando-se com a padroeira e a Jesus Cristo, nos papeis de injustiçado e vítima.
Prefeito leu discurso com texto já descrevendo vaias e entregou projeto criticado por bispo (Foto: redes sociais)
A oratória do prefeito provocou uma quase intermitente onda de vaias na multidão que se postava no entorno da Catedral. Desde que foi anunciado como orador, vaias diluvianas ecoaram por milhares de vozes.
Ele sabia o que iria encontrar. Em seu discurso escrito já havia previamente referência às vaias. Mas é preciso se reconhecer: não se intimidou e insistiu até o final em transformar a um evento religioso numa oportunidade de promover comício fora de época e de lugar.
Até tratou a padroeira com certa intimidade, a quem se referia como “Luzia” e, afirmou, ser um mártir a exemplo da santa de Siracusa, que “também foi perseguida”.
Ele e Cristo
Sobre Jesus Cristo, a mesma analogia, no rol de perseguidos. Ele e Cristo, aquele mesmo da Galileia, o filho de Deus. E haja vaia.
O constrangimento foi transmitido ao vivo por rádios e pela TV Cabo Mossoró (TCM). Amplificou-se na tentativa do prefeito de reverter a enorme reprovação pública, ao entregar ao bispo Dom Mariano Manzana uma caixa em que revelou existir projeto e maquete eletrônica do Santuário de Santa Luzia, a ser construído no alto da Serra Mossoró. Deixou implícito que não caberia à Prefeitura o empreendimento, ao contrário do que afirmara antes em discursos e entrevistas.
Quando finalmente surgiram sinais de aplausos, ele novamente abusou. Mandou projetar no frontispício da Catedral um vídeo com aspectos do projeto. Mais e mais vaias sem que conseguisse completar a exibição.
Reprovação do bispo
Encerrada a sua fala, o prefeito voltou à cadeira onde estava anteriormente ao lado do governador Robinson Faria (PSD). O embaraço não estava encerrado.
Dom Mariano Manzana, com microfone à mão, lembrou ao prefeito e aos devotos que há mais de um ano conversara com o governante sobre o projeto, sugerindo a montagem de uma comissão paritária da Igreja e Prefeitura, para discutir a sua formatação. Nunca obtivera retorno. Recebia-o agora pronto, sem respeito ao que sugerira. Via: Serrinha de fato
Quando finalmente surgiram sinais de aplausos, ele novamente abusou. Mandou projetar no frontispício da Catedral um vídeo com aspectos do projeto. Mais e mais vaias sem que conseguisse completar a exibição.
Reprovação do bispo
Encerrada a sua fala, o prefeito voltou à cadeira onde estava anteriormente ao lado do governador Robinson Faria (PSD). O embaraço não estava encerrado.
Dom Mariano Manzana, com microfone à mão, lembrou ao prefeito e aos devotos que há mais de um ano conversara com o governante sobre o projeto, sugerindo a montagem de uma comissão paritária da Igreja e Prefeitura, para discutir a sua formatação. Nunca obtivera retorno. Recebia-o agora pronto, sem respeito ao que sugerira. Via: Serrinha de fato
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