Que a sessão do Senado que vai dizer se a presidenta Dilma será impedida de governar o país ou o processo arquivado não seja a panaceia que foi a votação na Câmara no último domingo. Não sei se o pior seria assistir o Faustão ou foi a sessão em que parlamentares falaram tudo, menos justificar o porque estavam ali para votar o impeachment da presidenta.
Aliás, nossos nobres parlamentares foram motivos de chacotas nas redes sociais. Ouvi um áudio que circulou no watsapp que dizia o seguinte: “pela minha família, pela minha esposa, pela minha rapariga, voto sim, Sr presidente”. Na verdade faltou pouco pra isso, mas certamente era o pensamento da maioria dos parlamentares fazer isso.
O deputado Jair Bolsonaro, achou pouco e na sua declaração de voto pelo sim do impeachment lembrou a memória do coronel Ustra – Brilhante Ustra – o maior torturador da ditadura militar. Parem o Planeta que quero descer.
O deputado Tiririca (PR-SP), que causou frisson com seu voto “sim” na sessão do impeachment (o primeiro“discurso” em cinco anos e três meses de mandato), voltou a arrancar risadas ao satirizar, em um vídeo que circula no WhatsApp, a maneira com que alguns de seus colegas de Câmara proferiram suas escolhas, no último domingo, no processo de deposição da presidente Dilma Rousseff – quando o termo “Deus” foi quase tão citado quanto “corrupção” (59 e 65 menções, respectivamente, segundo i site Congresso em Foco). Fazendo graça da situação no que parece ser um bar, Tiririca lembrou que muitos deputados começaram seus pronunciamentos de poucos segundos recorrendo às palavras “pelo”, “pela” e “por”, referindo-se algo ou alguém, pessoalizando o instrumento do voto com dedicações para familiares, instituições, localidades e outros elementos.
“Pela Florentina de Jesus, pelo meu cachorro Lulu, pela minha irmã Duculina, pela minha esposa, minha amante, minha namorada, meu filho que vai nascer em 2020, eu voto sim!”, brincou o deputado, em meio a risadas. Logo em seguida, Tiririca deu a mensagem que parece não ter sido entendida por alguns deputados, que recorreram a expedientes como lança-confetes, piadas, cartazes ofensivos e músicas na tribuna da Câmara.
Fato é que a sessão da Câmara chegou a ser hilária, embora com uma pitada de tragédia. Tinha deputado que não arredava pé do local próximo ao microfone onde os colegas declaravam seus votos. Outros aos gritos num comportamento de verdadeiros moleques, não respeitavam o pronunciamento dos pares.
Não só isso: o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, que está sendo investigado pelo Supremo Tribunal Federal também não foi poupado. Gangster foi o mínimo que lhe chamaram.
Espera-se agora que o comportamento dos nossos senadores tenha um nível mais elevado. E não precisa prestar homenagens, apenas votem, se não quiserem servir de chacotas nas redes sociais.
A conferir!
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