No dia de hoje, em 1964, a Democracia humana foi violentamente ferida, no Brasil. Um movimento covarde, com apoio de fascistas civis, sob o comando de militares sedentos de poder, abocanhou o comando do país, sem votos e sem apoio popular. As pesquisas de opinião da época registram a franca aceitação do povo ao Governo Goulart. A mídia venal conspirou e pagou caro, quando foi descartada pelo regime consolidado. Lacerda e seus acólitos do fascismo udenista também foram cuspidos pelo poder que eles apoiaram. Os golpistas civis, que se imaginavam senhores do golpe, foram obrigados à condição humilhante de servos da Ditadura. O PSD acocorou-se e recebeu o troco. Até JK, que servilmente apoiou o golpe consumado, votando em Castelo Branco, pagou caro pelo voto pusilânime. Castelo lhe prometera eleições e lhe presenteou com a cassação. Tancredo Neves o repreendera: “Você vai pagar caro por este voto”. Não deu outra. Lacerda, que sonhava com a Presidência, achando que sem o getulismo seria possível realizar o sonho, foi banido da política pela milicada que apoiara. Sem o getulismo no poder, Lacerda perdera a legitimidade do combate. E foi abatido melancólica e torpemente. Sem reação ou solidariedade dos “bravos” lacerdistas, que cuidaram da própria salvação, no servilismo que acolhe os cretinos. Porém, quem pagou o preço mais caro foi a Pátria. E quando a Pátria, a Liberdade e a Democracia são atingidos quem sangra é o povo. E como disse o Poeta Alverga, no seu Inventário de Cicatrizes, essa sangria ainda “exala um estranho cheiro de súplica”. Ditadura nunca mais. Que o Iº de Abril continue sendo apenas o dia suave da mentira de brincadeira.
Fonte: blog do François Silvesrte.
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