Sem casa, sem dinheiro e sem livros, eles passaram no concurso público da empresa Minas Gerais Serviços (MGS) e serão contratados como funcionários.
Marcelo Batista Santiago passou em primeiro lugar e Jusair Santos da Silva ficou em vigésimo na disputa que envolveu milhares de candidatos.
A história de ambos é marcada pela fome, precariedade para se vestir e falta de lugar para dormir.
“Às vezes, não dava tempo de chegar ao albergue, que tem hora certa para fechar as portas”, afirma Marcelo.
Além disso, trabalhar com carteira assinada era difícil pela falta de endereço fixo.
Marcelo viveu nas ruas de Belo Horizonte de maio de 2012 até agosto 2014, quando foi morar na República Reviver.
“É o primeiro passo de uma carreira que pretendo construir no setor público”, afirma Marcelo, que é aluno do segundo período da Faculdade de Administração Pública da Universidade Estadual de Minas Gerais (UEMG).
Ele explica que procura aproveitar todo o tempo disponível, a estrutura da República Reviver como residência e a minibiblioteca para estudar as matérias da faculdade, assim como fez na época de preparação para o concurso.
Bolsa Família
Já Jusair teve um curto período de preparação, mas muito intenso, que lhe custou sacrifícios e determinação.
Faltavam 15 dias para a prova quando ele se inscreveu.
Sem dinheiro para adquirir o material de estudo, estudou em vários livros, na Biblioteca Pública Luiz Bessa, na Praça da Liberdade, seguindo o programa do concurso.
O adiamento da prova por uma semana foi suficiente para que os R$77 do programa Bolsa Família chegassem e ele pudesse comprar a apostila por R$45.
Ele passou em 20º lugar no concurso para auxiliar de serviços de limpeza e conservação de ambientes da MGS. Com informações do BrasilDeFato
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