A presidente Dilma Rousseff confirmou que vai se encontrar com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nesta terça-feira, 10, para discutir com ele a crise política que atinge o País. “O presidente Lula é uma liderança que, sempre, a presença dele eu acho que contribui porque ele tem noção de estabilidade e tem compromisso com o País. Ele não é uma pessoa que gosta de botar fogo em circo”, disse a presidente, em entrevista, ao sair da cerimônia de sanção da lei do feminicídio.
O local do encontro, segundo a presidente Dilma, ainda não foi definido. “Se eu for amanhã a São Paulo, possivelmente almoce com ele. Ou então ele virá aqui a Brasília”, comentou a presidente, sinalizando que o encontro poderá ser no final do dia, na capital federal, depois do seu retorno de São Paulo. Dilma estará em São Paulo amanhã de manhã para participar da solenidade de abertura do Salão Internacional da Construção.
A relação com o PMDB deve ser o principal assunto da conversa, mas a presidente não quis responder ao ser questionada sobre a relação com o partido. Mais cedo, o ministro-chefe da casa Civil Aloizio Mercadante, disse apostar no diálogo para a melhoria da relação com o partido que está rebelado no Congresso contra o governo.
Pela manhã, a presidente Dilma se reuniu com o vice-presidente Michel Temer, do PMDB, e os ministros petistas da Casa Civil, Aloizio Mercadante, das Relações Institucionais, Pepe Vergas, e da Justiça, José Eduardo Cardozo, quando voltou a discutir os problemas de relação com o Congresso. Temer, que tinha sido excluído das reuniões anteriores, apesar das promessas de Dilma para a cúpula do PMDB, em jantar na segunda-feira passada, participou do encontro, que está sendo chamado de reunião de coordenação política institucional. Só que este novo formato não eliminará as outras reuniões que Dilma faz apenas com o núcleo petista também para essas avaliações de conjuntura e definição de estratégia de ação. Lula já recomendou a Dilma que integre Temer a este núcleo para facilitar entendimento com o partido, que agora atingiu nível crítico.
Neste esforço de abrir outros canais com outros partidos no Congresso, no momento em que a relação com o PMDB está difícil, Dilma recebe daqui a pouco os líderes dos partidos da base aliada no Senado. Dilma precisa encontrar formas de restabelecer pontes com aquela Casa, principalmente agora que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), declarou guerra ao Planalto, em decorrência das investigações da Operação Lava Jato.
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