segunda-feira, 23 de março de 2015

Henrique Alves não concorda: “Prorrogação de mandato só foi feito na ditadura”


Ex-presidente da Câmara dos Deputados afirma que não há clima para prorrogação dos atuais mandatos


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Alex Viana
Repórter de Política
O ex-presidente da Câmara dos Deputados Henrique Eduardo Alves, presidente do PMDB norte-rio-grandense e provável ministro do governo Dilma Rousseff (PT), apontou na manhã desta segunda-feira, dois dias após a realização do Encontro de Prefeitos e Vereadores em que se defendeu a prorrogação dos mandatos dos atuais prefeitos e vereadores no contexto da reforma política, que não há clima para prorrogar os atuais mandatos – de prefeitos e vereadores – e que essa discussão, conforme proposta pela Federação dos Municípios (FEMURN) e pela Federação das Câmaras (FECAM), destoa da realidade democrática do país.  “Prorrogar mandato só foi feito na ditadura militar”, afirmou Henrique.
Na última sexta, FEMURN e FECAM levaram ao encontro do ministro das Cidades, Gilberto Kassab, e do governador Robinson Faria, a proposta de prorrogação dos atuais mandatos de prefeito e vereador, que passariam a coincidir com os de deputados federais, deputados estaduais, governador, senador e presidente da República. “Dentre as medidas defendidas, está a reforma política, que prorroga os mandatos dos atuais prefeitos para que ocorra a unificação das eleições”, explicou nota distribuída à imprensa por FEMURN e FECAM.
A reação do deputado Henrique Alves se deu por meio do Twitter, ainda no sábado. Ao Jornal de Hoje, nesta segunda-feira, ele reafirmou: “Sem chance de prorrogar os mandatos, não há clima mais para uma decisão desse tipo. Nem se pleiteia, à exceção do pleito agora feito no RN”, disse, se referindo à proposta das entidades municipalistas. Segundo Henrique, “não há, no clima democrático que vivemos, condições para se propor coisas desse tipo”, afirmou.
O peemedebista foi além na crítica às entidades. Classificou a iniciativa de “desinformada”, disse que o surgimento da proposta no Estado era “ruim” para o Rio Grande do Norte, que o lançamento da ideia geraria “desgaste” para a federação potiguar e que, por fim, não teria “chance de prosperar”. “Sem chance mesmo. Desinformação completa se propor isso. Ruim para o Rio Grande do Norte. Desgaste e sem chance de prosperar”, afirmou ao Jornal de Hoje agora de manhã. “E aqui (no RN) foi pior, porque (foi a) entidade dos próprios prefeitos que pediu a prorrogação dos seus próprios mandatos”, frisou, sem querer classificar de casuísmo a proposta.
Fonte: Jornal de Hoje.

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