sábado, 7 de março de 2015

O discurso infeliz da senadora Fátima Bezerra

A senadora Fátima Bezerra (PT) foi infeliz na sua estreia na tribuna do Senado Federal. Fez um discurso agressivo contra a imprensa brasileira, afirmando que os veículos partidarizam a notícia, condenando de forma direta o noticiário da roubalheira na Petrobras. 

Ou seja, a senadora potiguar sugere que a mídia nacional destaca os crimes de corrupção no governo do PT, com base nas investigações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal, para atingir Dilma e satisfazer interesses da oposição. 
Menos, senadora. 
A imprensa cumpre o seu papel, sem qualquer interesse do protagonismo político, como a petista criticou. Esse discurso, todos sabem, faz parte da estratégia criada ainda no primeiro governo do ex-presidente Lula da Silva (PT), para atenuar os efeitos do escândalo do mensalão. Naquele momento, um batalhão de petistas espalhados nas redes sociais vendeu a ideia de que jornalistas tentavam um golpe contra o governo Lula e rotulou a mídia de “Partido da Imprensa Golpista (PIG)”. 
Na verdade, essa estratégia é tão antiga quanto desleal. 

Os políticos sujos, na época do coronelismo, tentavam desqualificar jornais e jornalistas que noticiavam os seus malfeitos. Para cada denúncia que surgia, o coronel saía com o discurso de que era vítima da imprensa, porque não atendia os seus interesses. As pessoas, de certa forma, acreditavam. Só que agora os tempos são outros. 


Não cabe essa de imprensa golpista, de imprensa partidarizada ou coisa parecida. 

Seria melhor se Fátima Bezerra, como política séria que é – e, até aqui, não existe nada que desabone a sua conduta pública –, assumisse de verdade a bandeira de luta dos brasileiros contra a corrupção. 

Ao invés de atacar a imprensa, deveria reforçar o trabalho de assepsia na política, ajudando a tirar do caminho políticos corruptos, a partir da sua própria casa, o PT, que continua lambuzado pelas mãos de políticos condenados por corrupção, como são os casos dos mensaleiros José Dirceu, José Genoino, João Paulo, Delúbio Soares, entre outros. 

Fátima precisa entender que as pessoas estão cada vez mais conscientes de sua responsabilidade na vida do País. Ter renovado o mandato de Dilma, com o voto direto, não significa que o povo aceite os desmandos contra o patrimônio da nação, como é o caso da roubalheira da Petrobras. E não aceita mais qualquer tipo de conduta criminosa com o País.

Portanto, senadora, assuma verdadeiramente a defesa do Brasil e dos brasileiros, porque foi para isso que o eleitor potiguar lhe confiou o mandato no Senado Federal. 
Fonte:Coluna do Jornalista Cezar Santos

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